[FOGOS] Quem inventou moda de
comemorar a virada do ano, hein? Pela barba do profeta, que mau gosto! Eu adoraria
que, em algum momento inesperado do pós-Natal, quando todos nós estivéssemos
bem distraídos, houvesse um coma universal e nós só acordássemos já no ano novo.
Nesta data se
destacam dois tipos de pessoas: as místicas, que criam mil rituais de passagem,
e as céticas, que mandam as simpatias pra pequepê e vão curtir a data como bem
manda a vontade. Sou de um terceiro tipo, participo de um grupo solitário: o
obsessivo-meio-místico-extremamente-melancólico. Odeio fins, detesto despedidas
e não consigo me sentir confortável no réveillon.
[FOGOS] Uma angústia doida (já velha inimiga) vem me visitar a cada dezembro que começa. Traz como acompanhantes os transtornos obsessivos. Quando não
dou conta do ritual maluco que minha mente cria, vem também a culpa... “Puxa,
não li cinco dos livros que tinha programado para 2012”... “O ano tá acabando e
o meu quarto pós-reforma continua uma zona. Como posso começar um ano novo com
o pé direito se não dá nem pra achar um sapato neste pardieiro?”... “Não levei
ao orfanato as roupas que separei para doar”... “Não há a menor possibilidade de
virar a meia-noite sem postar a segunda crônica de dezembro. Tô sem
criatividade, mas que se dane! Vamos lá, mente, dá “seus pulo” aí, se o ano
acabar sem eu ter cumprido esta meta, o próximo será uma catástrofe crônica!
Sigo obedecendo minha cabeça tirana
para ter algum sossego mental. [FOGOS] É o jeito, com isso já me conformei. Tento
de todas as formas ver o copo meio cheio e pensar em tudo de lindo que o ano
novo pode ter, mas não consigo gostar de passar todo santo dia 31 tendo que
ouvir essa foguetaiada compulsiva dos infernos. Mas que coisa! Pra que isso, fogueteiros,
que mensagem vocês têm a passar? Pros meus ouvidos melancólicos, cada sessão “FOGOS”
martela em mim a angústia do porvir.
Este ano foi tão imprevisível,
mas tão imprevisível, tão imprevisível, que chego ao último dia cansada e, paradoxalmente,
morrendo de dó de encerrá-lo. Acho que 2012 marcou o fim da minha adolescência
tardia, o fim da liberdade e da angústia de não ter nem ideia de como estará
tudo no fim de mais um ano. Duvida? Comecei 2012 na Avenida Paulista, sem saber
em que país, com que estado civil e em que ramo profissional eu passaria a
próxima virada. Devo confessar que ainda não sei como acabarei 2013, mas tracei
algumas metas para fincar meus pés flutuantes no chão. [FOGOS] Apesar das
críticas características, fica aqui uma confissão: em partes, amei a
imprevisibilidade de 2012!
[FOGOS] [FOGOS] [FOGOS] Vou parar
por aqui porque mal posso me concentrar com essa pipocação aérea barulhenta de
fim de ano. Que 2013 seja pra você um ano de sonhos e conquistas e que haja a
pitada certa de imprevisibilidade para que você se lembre de que essa vida é louca,
graças a Deus!
Realmente imprevisibilidade é a pitada fundamental para que o ano que está prestes a ser parido comece com um ar de quero mais do que apenas planejei.
ResponderExcluirQue o 2013 seja como os fogos de artifícios, que quando soltos fazem um barulho temendo,incomodam os ouvidos, assustam os pobres cachorrinhos e irritam a muitas pessoas, mas que ao fim emitem uma explosão de luzes coloridas que adoram bailar no céu e que são capazes de prendem nossas bobas atrações por uma esperança por um ano melhor!!!
Liv, esse poema do nosso querido Drummond reflete exatamente o que desejo pra você em 2013. Beijos!!!
ResponderExcluir"Gostaria de te desejar tantas coisas.
Mas nada seria suficiente.
Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.
Desejos grandes.
E que eles possam te mover a cada minuto, ao rumo da sua felicidade!"
Carlos Drummond de Andrade
Eu vou agradecer às duas pedindo um favor: façam blogs também! Amo as duas, obrigada pelas palavras!
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